Tecnologia móvel na floresta

Foto: Edilson Villegas Ramos / ISA

Ocupando 59% do território brasileiro, a região amazônica é de suma importância para o futuro ambiental do planeta. O destino desse ecossistema também está intimamente ligado ao bem-estar das comunidades indígenas que o habitam. Segundo a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada, os 2.344 territórios indígenas e 610 áreas protegidas dos nove países amazônicos armazenam 55% do carbono existente em toda a floresta (em torno de 47,3 bilhões de toneladas de carbono) (WALKER ET AL, 2014). Enquanto isso, mais da metade da Amazônia (4,2 milhões de km2) está ameaçada por fatores como o desmatamento ilegal e a expansão da agropecuária (WALKER ET AL, 2014). Neste contexto, o engajamento das comunidades indígenas se torna uma medida essencial de preservar a floresta e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Desde o ano passado, a Plan está auxiliando o Instituto Socioambiental (ISA) a organizar, implementar e analisar um levantamento censitário que garante que comunidades do Alto e Médio Rio Negro no Estado de Amazonas protagonizem a definição e elaboração de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA).

O nosso envolvimento começou com a revisão técnica de uma série de questionários elaborados pelo ISA e a adaptação desses para o Open Data Kit (ODK), uma plataforma que permite a coleta de dados via celular ou tablet mesmo sem conexão à Internet e o eventual envio dos formulários preenchidos para um servidor online. Além de perguntar sobre informações demográficas e socioeconômicas, os questionários incluíram a captura de fotos e as coordenadas geográficas de comunidades, sítios e lugares sagrados em toda a região. Uma vez preparados os questionários, a equipe do ISA realizou um treinamento para dezenas de pesquisadores indígenas em São Gabriel da Cachoeira. Ao longo de cinco meses, essa equipe realizou 369 entrevistas coletivas (com as comunidades e sítios) e mais 3.523 com as famílias, totalizando 29.581 pessoas alcançadas pela pesquisa, assim constituindo o maior levantamento de dados na região desde a demarcação dessas Terras Indígenas nos anos 90.

Com a conclusão da fase de coleta, iniciamos o trabalho considerável de limpar e organizar os dados em planilhas, bem como desenvolver um mapa interativo com detalhes e fotos das comunidades e sítios. A partir das planilhas, produzimos relatórios que reportaram os resultados do levantamento segundo vários recortes geográficos e de grupos étnicos estratégicos. Também fizemos cruzamentos estatísticos para verificar a correlação entre diferentes variáveis. O ISA já realizou oficinas em São Gabriel da Cachoeira com base nesses dados e os achados do estudo ajudarão as comunidades a identificar prioridades para os futuros PGTAs.

Além desse projeto, estamos apoiando outra iniciativa do ISA que envolve 50 pesquisadores indígenas (Agentes Indígenas de Manejo Ambiental) no monitoramento de mudanças ambientais e climáticas em três municípios rio-negrinos (Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira). Os sete questionários georreferenciados abrangem temas como a fauna e flora da floresta, bem como a incidência de doenças nas comunidades, a condição de roças e observações diárias da temperatura e tempo. Em alguns locais da região, o estudo dos ciclos climáticos já acontece há mais de 10 anos, mas o uso de tablets para coletar os dados vem facilitar e acelerar o trabalho dos pesquisadores, ao mesmo tempo que reduz erros de inserção de dados e oferece novas possibilidades de registros fotográficos e geográficos. Junto com o PGTA, a colaboração da Plan nessas duas iniciativas do ISA contribui para empoderar os povos indígenas na gestão e proteção das suas terras, assim promovendo um futuro sustentável para um dos mais importantes ecossistemas do mundo.

Novas tecnologias no espaço urbano: os casos do Pokémon Go e do Waze

Logo depois do lançamento do aplicativo Pokémon GO em São Paulo, tornou-se comum ver grandes grupos de pessoas congregadas em marcos da cidade com smartphones na mão, estacionárias salvo os dedos mexendo na tela, furiosamente lançando pokébolas aos Pokémons “selvagens”. Esta cena curiosa tem se reproduzido no mundo inteiro, com milhões de usuários saindo das suas casas para mergulhar num mundo virtual, imbuindo espaços públicos com novos significados como campos de batalha, lojas de suprimentos ou o habitat de certas criaturas. Embora os “treinadores” estejam intensamente focados nesse universo artificial, o fenômeno do Pokémon GO transcende o virtual e faz parte de uma discussão maior sobre o impacto de novas tecnologias sobre antigas questões como espaço público e estigmatização.


No caso do Pokémon GO, nos Estados Unidos foi notado que os Pokémon estavam concentrados em bairros mais centrais e/ou ricos. Devido ao alto nível de segregação residencial nas cidades americanas, isso significa que, geralmente, bairros povoados por minorias raciais têm menos acesso ao jogo. Uma explicação é que os desenvolvedores distribuíram os Pokémon segundo um mapa para um aplicativo anterior que utilizava os locais mais frequentados pelos usuários, que aparentemente tendiam a ser mais ricos e velhos. Mesmo assim, é importante considerar como um jogo aparentemente inócuo se relaciona com questões de segregação e direito à cidade.

Como observam Angelique Harris e Jonathan Wynn, sociólogos da Marquette University (EUA), há vários casos de pessoas confundidas com criminosos ao andarem por seus bairros por serem negros, o que pode resultar em confrontos com policiais desconfiados. De fato, essa situação já ocorreu com um jogador de Pokémon GO cujos comentários públicos ecoaram os apelos dentro da comunidade afro-americana para que se tome cuidado ao usar o aplicativo.

Por outro lado, a falta de Pokémon em bairros afro-americanos discutivelmente reflete preconceito geográfico que favorece bairros privilegiados ou pelo menos nos quais jogadores brancos não se sentiriam desconfortáveis. É preocupante que, intencionalmente ou não, a atual versão do aplicativo esteja reproduzindo a segregação urbana, mas o seu sucesso impressionante em tornar os usuários exploradores do meio urbano e em promover interações espontâneas também representa uma oportunidade de superar barreiras classificatórias, como classe e aparência.

Esse mesmo potencial se aplica no contexto de metrópoles brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro, onde o Pokemon GO está conspicuamente ausente nos bairros pobres; mas o papel de novas tecnologias no debate de questões sociais como segurança pública não se restringe ao mundo de criaturas fantásticas. O Waze, um aplicativo social de tráfego com seis milhões de usuários no Brasil, recentemente adicionou uma função que utiliza dados do Disque-Denúncia para alertar os motoristas cariocas que estão perto de uma de 25 “áreas de risco de crime” e garantir que as rotas evitem ruas denominadas “perigosas”.

Essa função, por enquanto exclusiva do Rio, chega um ano depois da morte de uma mulher que foi orientada pelo Waze a entrar no bairro do Caramujo, em Niterói. Evidentemente, essa informação pode salvar vidas, mas não está claro se é possível fornecer esse aviso sem estigmatizar as comunidades de “alto risco”. Consciente desse potencial, o Waze decidiu que os nomes desses lugares seriam visualizados apenas se o usuário colocar um deles como destino, ou se entrar em um deles. Para um morador da Rocinha, contudo, esse atributo certamente contribui para a marginalização: “Quando você mapeia parte da cidade e diz que uma parte é perigosa e outra não é perigosa, você está excluindo as pessoas…A gente não tem nenhum relato de pessoas que sofreram agressões por terem entrado errado na Rocinha por causa de aplicativo”. Neste sentido, o Waze representa uma abordagem baseada em dados para antecipar o crime, mas também pode influenciar a maneira pela qual moradores cariocas vivenciam a sua própria cidade e até aprofundar a polarização espacial do Rio de Janeiro.

Seja no momento de caçar Pokémon ou se deslocar pela cidade, novas tecnologias móveis oferecem maneiras inovadoras de perceber os arredores e simultaneamente estimulam debates familiares sobre integração social ou sua ausência. É interessante pensar também como a produção coletiva de dados pode auxiliar os governos na melhoria dos serviços públicos, como a manutenção de praças de parques, o policiamento direcionado, etc., ou ainda na identificação de carências específicas de certos bairros, aproveitando os dados de crowdsourcing para construir um governo mais eficaz e mitigador das desigualdades urbanas por meio do monitoramento participativo. Só o tempo dirá em que direção caminharemos.

Mudanças nas políticas de drogas: consequências para a avaliação

Em outubro de 2012, os governos de Colômbia, Guatemala e México declararam que, ante a ameaça das organizações narcotraficantes, as Nações Unidas deveriam marcar uma conferência “que permitisse tomar as medidas necessárias para aprimorar as estratégias e os instrumentos utilizados pela comunidade global para enfrentar as drogas e suas consequências.” A chamada UNGASS (Sessão Especial da Assembleia Geral) começa no dia 19 desse mês, e o debate será influenciado tanto pelas reformas políticas adotadas em países específicos quanto pelas tendências que persistem desde a última conferência em 1998 cuja divisa foi “Um mundo sem drogas: podemos consegui-lo!”

Por um lado, a legalização do consumo de drogas psicotrópicas em graus diferentes em países como Portugal, Suíça, Uruguai e os estados americanos de Colorado e Oregon tem melhorado indicadores econômicos e de saúde pública. Por outro lado, um regime de proibição parece incapaz de inibir o aumento do consumo ou enfraquecer o crime organizado. Segundo estimativas da ONU, 246 milhões de pessoas usaram drogas em 2013, ou 5% da população global entre 15 e 64 anos, e esse número aumentará para 25% até 2050. Além disso, a lucratividade do tráfico de drogas continua estimulando violência e corrupção ao mesmo tempo em que os preços sobem.

A sociedade civil vê na UNGASS uma oportunidade única de promover alternativas à proibição e começar a mudar o consenso global ao redor das drogas. Segundo Steve Rolles, analista de políticas da campanha Transform do Reino Unido, a ONU em si está cada vez mais dividida internamente, com “relatórios do [Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas], UNAIDS e PNUD articulando críticas devastadoras da guerra contra as drogas.” Se a confluência desses fatores levar à adoção de reformas substanciais durante a UNGASS, impactará diretamente a atuação do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Todos os projetos do UNODC incorporam avaliações realizadas pela Unidade de Avaliação Independente que seguem as normas e diretrizes da ONU como um todo. De acordo com um relatório do Global Drug Policy Observatory, avaliações baseadas em evidência serão essenciais tanto para determinar a eficácia das políticas de drogas vigentes quanto para elucidar alternativas viáveis ao status quo. Para esse fim, será necessário reconciliar as perspectivas divergentes das duas comunidades –a oficial de controle de drogas e a dos que querem reformas–porque é muito provável que os resultados sejam interpretados diferentemente, dependendo do olhar do avaliador.

Segundo os autores, as avaliações convencionais normalmente utilizam indicadores que medem o sucesso de um programa ou iniciativa pelo nível de conformidade com os acordos internacionais. Assim, a teoria de mudança ambiciona que “a proibição da produção, tráfico e consumo de substâncias psicotrópicas ilícitas resultará na redução (ou até a eliminação) do dano que elas causam à saúde e bem-estar de indivíduos e sociedades, e na mitigação das ameaças à estabilidade, segurança e soberania dos países.” Os indicadores usados nessas avaliações frequentemente correspondem a questões de implementação e impactos intermediários, tais como: redução do número de usuários e viciados; quantidade de drogas apreendidas pela polícia; número de hectares de cultivos ilícitos destruídos; e número de traficantes processados, entre outros. Quando as políticas não funcionam, as avaliações atribuem isso a “falhas de implementação”, em vez de abrir espaço para mudanças na abordagem da questão da produção e consumo de drogas.

Os métodos avaliativos empregados pelos reformadores são mais relacionados aos objetivos de longo prazo da proteção da saúde, da estabilidade política e de direitos humanos. Portanto, uma avaliação elaborada por atores não-governamentais olha para além de números que sugerem uma interdição mais imediata do tráfico de drogas e considera consequências não-intencionais: violência, violações de direitos humanos, crime organizado, alto encarceramento de usuários, etc. Como resultado, as reformas propostas por esses grupos são fundadas em uma outra teoria de mudança que pressupõe a persistência da demanda para substâncias psicotrópicas, e em decorrência disso procura “controlar os efeitos da produção, tráfico e consumo de tais substâncias sobre indivíduos e sociedades para reduzir os danos” sem proibi-las. Segundo essa perspectiva, a implementação efetiva de uma política proibitiva não garante o seu sucesso, especialmente se ela não abordou as raízes do problema (ou seja, os fatores socioeconômicos e psicológicos que perpetuam o ciclo do vício e as considerações financeiras que dificultam a interrupção a produção local de cultivos ilícitos).

No meio dos debates internacionais e domésticos sobre políticas de drogas, é preciso que essas duas visões conflitantes se complementem na construção de uma abordagem melhor e mais ampla para avaliar programas e iniciativas, desde os mais linhas-duras até os mais revolucionários. Os pesquisadores do Global Drug Policy Observatory destacam que, acima de tudo, os dois lados parecem alinhados em termos do interesse em proteger a saúde e bem-estar, eliminar o crime organizado e (em medidas diferentes) regular a produção e consumo de drogas atualmente ilegais. De qualquer forma, o ímpeto para uma reformulação do controle global de drogas na UNGASS sugere que a lógica por trás das avaliações oficiais terá de evoluir com celeridade.

Nada freia uma bala como um emprego

Há anos que o debate sobre a redução da maioridade penal no Brasil vem provocando fortes emoções e polarizando o cenário político do país. No entanto, a pergunta que poucos têm feito é se, no meio dessa polêmica intrinsicamente ligada a questões de racismo e de classe social, há espaço para o desenho de intervenções focadas na prevenção e não apenas na correção de um problema estrutural da sociedade brasileira. Segundo um estudo da Universidade da Pensilvânia, existem programas que têm-se mostrado eficazes na redução da criminalidade juvenil nos Estados Unidos, utilizando estratégias de inclusão social e desenvolvimento pessoal em contextos urbanos de instabilidade e violência.[1]

Em 2012, a pesquisadora Sara Heller realizou um estudo controlado com atribuição aleatória para avaliar o impacto do programa One Summer Plus (OSP), que ofereceu empregos de salário mínimo a alunos dos bairros mais pobres e escolas mais violentas da cidade de Chicago durante as férias de 2012. De acordo com fontes oficiais, os jovens estadunidenses são duas vezes mais propensos a serem vítimas e autores de violência do que os adultos, e as taxas de detenção por crimes violentos são cinco vezes maiores para jovens afro-americanos do que para jovens brancos.[2] Mais do que 1.500 alunos entre 14 e 18 anos de idade se candidataram ao programa, o qual ofereceu vagas de emprego em ONGs e órgãos públicos sob a supervisão de mentores que acompanhariam o seu desenvolvimento profissional. Heller dividiu os candidatos aleatoriamente entre um grupo de controle que não se beneficiou da iniciativa e dois grupos experimentais, um que teve 25 horas semanais de trabalho e outro que teve 15 horas de trabalho, além de 10 horas de participação em um curso focado em habilidades sócio-emocionais.

Ao longo dos 3 meses do programa e durante 13 meses depois de sua conclusão, Heller monitorou as detenções da polícia de Chicago por crimes violentos, crimes contra a propriedade, drogas e outros. Embora não fosse observada nenhuma mudança na frequência dos três últimos, as detenções por crimes violentos caíram em 43% entre os alunos dos grupos experimentais, com relação ao grupo de controle. Porém, como apenas a metade dos incidentes de violência chega a ser reportada à polícia, é provável que este resultado subestime o número de crimes violentos evitados pelo programa.[3]

Fonte: Heller, Sara B. “Summer Jobs Reduce Violence among Disadvantaged Youth.” Science 346.6214 (2014): 1219–1223.

A falta de uma diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos experimentais sugere que a oportunidade de trabalhar por si só tenha “ensinado os jovens a processar informação social, lidar com pensamentos e emoções e estabelecer e alcançar metas de forma mais eficaz.” Além disso, vale destacar que a maior queda nas taxas de detenção ocorreu entre 5 e 11 meses depois do início do programa, o que revela os efeitos positivos e de longo prazo das mudanças de comportamento e perspectiva por ele trazidos.

Heller também reconheceu a contribuição dos mentores para a formação profissional dos alunos. Com o declínio da economia industrial nos centros urbanos americanos, na segunda metade do século XX, o exemplo do trabalhador-operário perdeu status frente ao surgimento do tráfico de drogas e de gangues.[4] Portanto, de acordo com Heller, a presença de adultos no programa pode ter restabelecido essa rede tradicional de apoio e ensino, abrindo novas possibilidades e escolhas de vida para jovens em situações vulneráveis.

Em termos da viabilidade financeira de uma intervenção como o OSP, a relação custo-benefício é uma consideração essencial. No caso do OSP, a curta duração fez com que o valor das despesas administrativas (US$1.600, não incluindo os salários dos participantes) fosse inferior ao benefício trazido pela redução da delinquência juvenil (US$1.700). Sem dúvida, antes de implementar um programa de emprego para jovens é preciso considerar se um investimento tão grande é adequado para o contexto local, pois a experiência de outros programas demonstra que o saldo positivo do OSP é mais a exceção do que a regra. Mesmo assim, Heller argumenta que qualquer discussão de custo-benefício deve levar em conta os custos de encarceramento quando uma sociedade opta pela punição ao invés de medidas preventivas.

Apesar dos resultados promissores do programa, ainda falta compreender quais fatores têm maior impacto sobre as taxas de violência juvenil. Também resta determinar sua relevância em diferentes contextos. Por exemplo, abandono escolar no Brasil constituiria um desafio para a adesão a programas como o OSP. Somente 58% dos jovens brasileiros terminam o ensino médio e “enquanto 85% dos alunos mais ricos no Brasil concluem o ensino médio, menos de 30% [dos que têm] menos recursos conseguem o mesmo.”[5] Este fenômeno de abandono escolar diferencia o caso brasileiro daquele dos EUA, mas o impacto observado do OSP em Chicago ainda pode inspirar uma visão alternativa de futuro para jovens vulneráveis no Brasil. É notável que já existam políticas de emprego juvenil como Menor/Jovem Aprendiz, mas seria interessante investigar se jovens de diferentes camadas socioeconômicas têm acesso equitativo a essas vagas. Além disso, vale destacar que a realização do Programa OSP durante as férias minimiza interrupções e limitações na trajetória acadêmica dos jovens que poderiam ocorrer caso fosse realizado durante o ano escolar.

No final das contas, a pesquisa de Heller demonstra que, concomitantemente a reformas educacionais para aumentar a assiduidade e o engajamento de alunos do ensino médio, políticas de emprego juvenil têm o potencial promover a participação cidadã e o desenvolvimento profissional e pessoal de jovens vulneráveis, contribuindo para a redução a frequência de crimes violentos que atualmente divide o Brasil.


[1] Heller, Sara B. “Summer Jobs Reduce Violence among Disadvantaged Youth.” Science 346.6214 (2014): 1219–1223.

[2] Office of Juvenile Justice and Delinquency Prevention, OJJDP Statistical Briefing Book, U.S. Department of Justice, Washington DC, 2014.

[3] Langton, Lynn et al. “Victimizations Not Reported to the Police, 2006–2010.” U.S. Department of Justice, Washington DC, 2012.

[4] Duneier, Mitchell. Sidewalk. New York: Farrar, Straus and Giroux, 2001.

[5] Cabrol, Marcelo, Gádor Manzano, and Lauren Conn. “Vamos Lá, Brasil! Por Uma Nação de Jovens Formados.” Banco Interamericano de Desenvolvimento. 2014.